Comércio de Caruaru: uma história que se confunde com o surgimento da cidade

Uma história que se confunde com a própria fundação de Caruaru. Assim é o comércio, segmento do qual se tem registro muito antes que Caruaru fosse elevada à categoria de cidade, em 1857. Antes de se
Postado por Admin em 27/06/2017

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Comércio de Caruaru: uma história que se confunde com o surgimento da cidade

Uma história que se confunde com a própria fundação de Caruaru. Assim é o comércio, segmento do qual se tem registro muito antes que Caruaru fosse elevada à categoria de cidade, em 1857. Antes de se tornar Vila, e posteriormente cidade, a Fazenda Caruru já era ponto de convergência para os tropeiros e demais moradores das terras circunvizinhas. A posição estratégica aliada à construção da Capela de Nossa Senhora da Conceição por José Rodrigues de Jesus foram dois fatores essenciais para que as primeiras formas de comércio começassem a surgir. “A Fazenda Caruru se tornou muito cedo um ponto para o qual convergiam criadores de gado, caixeiros viajantes, mascates, como também compradores de couro e estivas”, relata o historiador Veridiano Santos.

Por trás da Igreja da Conceição, considerado o Marco Zero de Caruaru, foram construídas as primeiras casas, que se tornariam os primeiros pontos comerciais da cidade. “Ao lado da Igreja existia uma grande lagoa, onde os rebanhos eram colocados para beber água. As pessoas que vinham acompanhar esses rebanhos começaram a procurar um local para repousar e daí iniciar as primeiras feiras de gado”, explica o empresário Ivan Galvão, que se tornou um pesquisador da história de Caruaru.

As localizações mais próximas da igreja serviram de palco para a construção dos primeiros barracões para venda de víveres e material para os animais. As casas comerciais possuíam uma diversidade atrativa de produtos, voltados principalmente para a subsistência, não existindo ainda lojas de produtos específicos, característica marcante no comércio da época.

O comércio se desenvolveu ao redor da Igreja da Conceição, na chamada Rua da Frente, ou Rua do Comércio, hoje conhecida por Rua 15 de Novembro. As lojas tinham à frente os próprios moradores da cidade. “O comércio era genuinamente composto por pessoas de Caruaru. A partir da década de 1970, esse perfil mudou e o comércio cedeu espaço para lojas de outras cidades”, comenta o empresário Paulo Casé, filho de Adjar Casé, comerciante que manteve a loja A Graciosa, no período entre 1932 até 2000, voltada para o segmento de variedades.

Os negócios começaram a se expandir e chegaram à Rua Duque de Caxias, Rua São Sebastião, antiga Rua Afonso Pena (hoje conhecida por Vigário Freire), até mesmo no setor dos Guararapes. “As lojas dos Guararapes formavam o maior comércio de estivas do Norte e Nordeste, na década de 1970”, acrescenta Paulo Casé.

O Centro comercial também foi palco de grandes acontecimentos, como um comício realizado por Getúlio Vargas, em 1953, que levou às ruas da cidade uma multidão de pessoas. Além disso, na década de 1960, o Armazém do Norte iniciou um novo serviço para atrair a clientela, distribuindo sorvete e café para os compradores, totalmente gratuito. A novidade foi destaque em toda a região.

Até hoje a atividade comercial sempre é um elemento propulsor da economia de Caruaru, gerando mais de 16 mil empregos no setor. “Em muitos momentos da história de Caruaru, a atividade comercial provocou surto populacional e ofereceu muitas oportunidades. A história do comércio em Caruaru constitui um capítulo fascinante da própria história da cidade que ainda não foi narrado”, observa o historiador Veridiano Santos.

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